quinta-feira, 6 de novembro de 2008

VENCER A SI PRÓPRIO

Quem busca conhecer o próximo, demonstra sabedoria,
mas quem conhece a si mesmo, torna-se iluminado.
Quem derrota o inimigo é forte,
mas quem vence a fraqueza em si próprio tem mais força.
Quem acumula riquezas não deseja mudanças,
mas quem nada tem adquiri desejos de agir e mudar.
Quem tem auto-controle prolonga a sua vida
e assim perece sem sofrer, e ao morrer permanece.

O AMOR É BASE

O amor nos faz corajosos.
Quem luta por amor vence.
A sobriedade nos torna justos.
Quem é justo acaba generoso.
A humildade nos faz sóbrios
e ensina imparcialidade.

O sábio já dizia, sem ser trivial:
A coragem nada vale sem amor
e a generosidade sem a moderação.
Quem assim age deus protege e cuida.

De nada adianta o poder sem humildade.
Quem age assim, do abismo se aproxima.

VENCER SEM ARMAS

Quem déra vencer sem armas,
lutar sem odiar o inimigo,
conquistar sem disputar,
liderar, respeitando os liderados.

Quem assim agisse, seria capaz
de bem conduzir os homens,
pois não os rivalizaria entre si,
e construiria uma nação fraterna.

Uma nação solidária, sem armas,
sem ódios, amada pelo seu povo.
Quem déra! Nação fraterna,
respeitada por quem a governa.

REJEITAR A FORÇA

O sábio conhece a si próprio,
mas não se exalta disso.
Rejeita o uso da força
e prega sempre o entendimento,
porque sabe o que é bom.

O mal governante é oposto:
orime o povo e o explora,
deixando-o sem pão, sem teto.
Isso motiva a revolta popular
e semeia o desrespeito à lei

OUSAR

Ousadia e morte calçam iguais.
Comedimento e vida são irmãos.

Há quem não tema a morte
e ouse sem cessar.
Há quem prefira a vida
sem ventura, sem perigo,
mas de longo durar.

Quem é o certo neste caso?
Quem lançará veredito?
Nem o venerável sábio
acha fácil concluir,
mas o Tao lhe diz:
A verdade tem malhas largas,
mas nada lhe escapa.

O MEDO DA MORTE

Teme-se o povo, teme-se a morte,
mas o povo não teme a morte.
Esmagam o povo com impostos,
levando-o à miséria e à fome.
Por ser a vida demasiadamente dura
o povo não teme a morte.

A dilapidação do que é público
trás descontentamento e reação
e nessa hora só quem vive bem,
quem desfruta os bens da vida,
ficará temeroso com revoltas populares

SER FLEXÍVEL

Flexibilidade é dom da vida.
O bebê nasce frágil
delicado, flexível.
Ao envelhecer, perde água
torna-se duro, rígido
como velhas árvores,
secas e quebradiças.

Rigidez é irmã da morte
A árvore hirta, velha
não flexiona ao vento
e logo será arrancada
e logo se tornará lenha.

Assim é na vida:
o ser rígido, tenso,
de opiniões arraigadas,
que não aceita novas idéias,
não flexibiliza conceitos
torna-se lenha em vida.

Um exército terá que
flexibilizar suas estratégias
se quiser ganhar a batalha.
Quem não muda na vida
a vida exclui, rejeita.
ou torna-se duro, ditador,
preso, peso em vida.